O estrangeirismo em nossa língua já é freqüente em nosso cotidiano e isso não vem de hoje. Tudo isso devido o fato, de nós termos sido influenciados por inúmeras culturas, seja européia, oriental, africana, latina ou da América do norte, mais precisamente dos americanos.
A primeira grande influência veio dos franceses. No começo do século passado, a burguesia paulistana e carioca, só falavam fazendo “biquinho”, para puxar o sotaque inexistente. Daí foi incorporado em nosso idioma palavras como: restaurant, filet, manchette, garçon, vernissage, écharpe, tricot, abajur, chofer, butique, laquê, bisturi, bureau, buquê, boné, toalete e purê.
Isso porque, a França do começo do século, era referência de elegância e sofisticação. Hoje, porém a referência é dos americanos, seja pelos filmes que nos tomaram de assalto ou pela sua influência econômica e sócio cultural.
Hoje não existe mais nenhuma forma de discriminação, todos podem usar termos derivados do inglês. Hoje a criança não vai brincar no parquinho, ela vai ao Playground, a cerveja depois do expediente é Happy hour, o restaurante de comidas rápidas é mais conhecido como Fast Food e por ai vai. Até o “Oxente”, dito pelos nordestinos, é uma variação abrasileirada do “Oh Shit”, dito pelos gringos que por lá passaram.
Como já dizia o dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodriguês, “O Brasil sofre de complexo de Vira Lata, é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem”. Isso poderia explicar o fato de não termos tanto cuidado em preservar nossa cultura. Como todos nós sabemos que a árvore genealógica dos brasileiros, não é algo simples de ser decifrada, mas isso é devido o fato da miscigenação, pois o brasileiro não tem cara muito menos auto-imagem, todo mundo pode ser confundido com brasileiro, já percebeu?
Existe até pesquisas, que dizem que o brasileiro prefere marcas e lojas que tenham nomes estrangeiros como: Brooksfield, Calvin Klein, Marlboro, Burguer King, Mc Donald's, All Star, Nike entre outras marcas.
O Aldo Rebelo do PC do B, não gosta nada, dessa invasão de termos estrangeiros em nosso país. Tanto é que um projeto de lei de sua autoria, quando era deputado federal, foi aprovado em março de 2001 na Câmara dos Deputados. O projeto restringe o uso de palavras estrangeiras e obriga o uso da língua portuguesa por brasileiros natos e naturalizados e pelos estrangeiros residentes no Brasil há mais de um ano. O projeto rege o ensino e a aprendizagem; o trabalho; as relações jurídicas; a expressão oral, escrita audiovisual e eletrônica oficial e nos eventos públicos nacionais; os meios de comunicação de massa; e a publicidade de bens, produtos e serviços.
Em Portugal, tudo é lido como se escreve, apesar de terem a fluência no inglês, os lusitanos se recusam em chamar o mouse do computador de mouse, para eles é rato e ponto final. Na França também existe leis que proíbe qualquer tipo de estrangeirismo em solo francês, isso para muitos é xenofobia, mas para outros, é a preservação da língua e da cultura do país.
Mas não são somente os termos estrangeiros que nós adotamos, até os feriados nós importamos. Reveillon por exemplo, significa “despertar” em francês, a palavra surgiu no século 17 para identificar eventos populares entre os nobres franceses.
No Brasil o reveillon chegou no século 19 na corte de Dom Pedro 2º, no rio e logo se estendeu para a elite paulista. E depois a festa tornou-se popular e foi incrementada, com tradições de várias culturas. De tradições européias a africanas.
Já no dia 1° de novembro é comemorado o halloween, seja em escolas de idiomas, repartições ou em festa a fantasia. O dia das bruxas, que é originária da tradição Celta e, que ficou popular nos EUA, tornou-se popular também em terras tupiniquins. É mais fácil algum pentelho tocar a campainha com aquela história “doces ou travessuras”, do que alguém lembrar que também é comemorado o dia do Saci-Pererê.
Por tanto que fique o meu protesto, para que no próximo ano comemoremos o dia do Saci, pelo fato de representar o folclore brasileiro e de ser um legitimo afro-descendente portador de necessidades especiais.
PS. E não esqueça no próximo 1°de novembro vamos pitar o cachimbo ao invés de abóboras enfeitadas e doces e travessuras, OK?
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Estrangeirismo no Brasil
Postado por Homenzinho de Barba Mal feita às 02:46 36 comentários
Marcadores: aldo rebelo, estrangeirismo no brasil, frança, halloween, saci, xenofobia
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