quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Carência de Ídolos



Nós somos carentes de ídolos, carentes de identidade, um país mixgenado, formado através de diversos povos, que aderiu diversas culturas. Um país que foi explorado desde seu nascimento. Perdendo toda e qualquer referência nacional.

Como já dizia o dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, o Brasil sofre de “Complexo de Vira Lata”, é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem, um país onde cutua a idéia de que é melhor ser lavador de pratos nos EUA, do que seguir a carreira de médico no Brasil.

Um país onde teve que comprar a divida de outro, para enfim ter a sua liberdade, onde o fim da escravidão foi negociado assim como o inicio e o fim da ditadura militar. Um país assim. não pode ter motivos para saudar aqueles que nascem em sua terra. Ou tem????

Nós idolatramos ídolos de outras nações: como Bob Marley, Ernesto Che Guevara, Bob Esponja entre outros. Mas nós temos os nossos ídolos também. É verdade que não são muito celebrados, mas nós temos, tais como: Mazaropi, Lampião, Machado de Assis e o Tiradentes. Mas quem foi Tiradentes?

Hitler foi um grande ídolo da nação Germânica, devolvendo a honra perdida na 1° guerra mundial e resgatando a economia de seu país. Ele foi um grande genocida, de nossos tempos, com atitudes repugnantes para a sociedade mundial, exceto para aqueles Alemães, que ainda veneram a imagem de Hitler às escondidas.

Já os nossos hermanos Argentinos, veneram o seu maior ídolo, Diego Armando Maradona. Não importa se ele é viciado em Cocaína, não importa se ele é arrogante, muito menos o fato de ele ter feito o gol de mão contra a Inglaterra na copa de1986. O que importa é que ele ganhou a copa para a Argentina, consagrando-se como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Somente isso já basta para toda uma nação.

Graças ao futebol, a Argentina conseguiu “vingar-se” da Inglaterra, depois da guerra das Malvinas, pelo menos no que diz respeito ao campo futebolístico. Tendo como referência seu novo ídolo, Maradona.

Esse vídeo mostra um pouco dessa paixão que os Argentinos têm pelo futebol. Num comercial feito pela cervejaria Argentina Quilmes:


Muitos podem afirmar que o Brasil idolatra o futebol e seus jogadores, preferindo assistir a noticia de seu time, do que ver o desenrolar de mais uma CPI no congresso.

Apesar de o futebol ser o ópio do povo, o Brasil não tem um ídolo majoritário. Tanto é que é mais fácil ser declarado feriado nacional, com a morte de Silvio Santos, do que o mesmo acontecer ao Pelé.

Mas mesmo assim a alegria do brasileiro é o futebol. A copa do mundo por exemplo, é um dos poucos momentos em que o brasileiro se sente superior. É uma satisfação enfeitar as ruas com bandeirinhas, pintar as calçadas de verde-amarelo, sentir mesmo que pelo um período curto, que nós somos os melhores. Assim podemos esquecer da pobreza, da falta de investimento em educação e da corrupção que corroem as entranhas de nossa pátria.

É triste ver uma partida da seleção brasileira, e ver o principio de uma idolatria se perdendo no meio do caminho, sendo frustrada pela má vontade de nossos aspirante à ídolos, fazendo “corpo mole”, deixando de fazer aquilo que melhor sabem fazer.

Por isso digo que sou ufanista, mas em questão de futebol, prefiro cantar o poró popó popó, da Gaviões da Fiel, do que ter que assistir “Nossos Craques”, dublando o hino nacional...

32 Comments:

Danilo Cruz said...

Com certeza a nossa cultura é muito variada.

E sobre ídolos brasileiros, são poucos, mesmo.

Dani Uzeda said...

Sou meio avessa a tal idolatria. Acho que sim admiração é válida, mas por um jogador de futebol, por exemplo? Idolatria por que? Porque fez o time ganhar por algum gol extra? E ele não recebe muuuuuuuuito bem pra isso? Na maioria das vezes muito mais do que merecia? Vejo assim com a maioria das pessoas. Admiro atitudes, profissões. Não tenho ídolos.

A idolatria é considerada até pecado em certas religiões. Aliás, este termo é originalmente de cunho religioso. O que pra mim já meio esquisito adorar assim alguem que nem conhece. O Brasil não está carente de ídolos, está carente de heróis.

Bjuu

Marina said...

temos sim uma cultura mto variada, no entanto estes dias eu tava lendo um post seu um que fala sobre futebol e eu disse que os Brasileiros não valorizavam seus próprios jogadores...
pois é, tá mais um desses exemplos, poxa temos uma cultura tao bonita, e Tâo diversa,e ainda assim tem mta gente que vive idolatrando cultura alheia e nem olha pras coisas que estao embaixo do próprio nariz...


depois da uma passadinha lá!
http://melrym.blogspot.com/

Airton said...

eaee
mto bom cmoentario...

da uma passada nu meu...

http://publicandobr.blogspot.com/

Janaina W Muller said...

Também não sou muito a favor desse negócio de "ídolos". Como disse a menina ali de cima, a admiração é bem mais saudável...vc ser fã do trabalho de alguém, do caráter, dos atos, daí, tudo bem. Mas o povo brasileiro (a maioria dele) releva apenas essas coisas superficiais; futebol, samba, mulheres fruta, etc. Isso resulta em uma desvalorização total da cultura...

Abraços
='-'=

Alexandre Silva said...

Por isso digo que sou ufanista, mas em questão de futebol, prefiro cantar o poró poró, da Gaviões da Fiel, do que assistir “Nossos Craques”, dublando o hino nacional...

Caaaaara, matou aí! Eu torço mto pro meu time (apesar de nem adiantar mto), mas odeio a Seleção Brasileira. Dizem que ela "representa o povo", como que uma Seleção de estrangeiros milionários representa o Brasil??? Adoro a Copa do Mundo por realmente ser amante do futebol, mas odeio a veneração brasileira, qdo o mundo pára pra assistir jogos da Copa. Enqto isso, Paulo Coelho, Betinho, entre outros são ridicularizados por aqui...
Como diria aquele célebre anônimo: "ser BraZileiro, sina nojenta"
Abraço
http://falandoprasparedes.blogspot.com

Alexandre Silva said...

A propósito... o vídeo é sensacional!!!

Beline Cidral said...

Velho, o Brasil é invejado no mundo todo pelo conceito de nação, de indentidade nacional e agora consigo ver isso claramente.O que constroi essa identidade éoutra história, mas ela existe e não épor conta do futebol.

Homenzinho de Barba Mal feita said...

Por isso que digo Beline. sou ufanista, a nossa música é sensacional. É valorizada em todo o mundo, nosso cultuara tem uma diversidade incrivel.
O que eu questiono, é que o Brasileiro em si só valoriza o que vem de fora. E isso que fico chateado...

Tony Prado said...

A verdade é que o nosso país, por conta da herança colonial, acostumou-se a considerar tudo o que vem de fora melhor. Mas isso não é tudo, pois em muitos outros países que foram igualmente ou até mais castigados que o nosso por suas metrópoles européias, como o México, por exemplo, valorizam bastante a sua cultura, criando uma identidade que, apesar dos pesares, vêm se conservando através dos séculos. Ainda citando o país dos maias e astecas, apesar de no norte mexicano existir uma forte influência dos EUA, ainda assim eles dão continuidade aos seus costumes. O [i]dia de los muertos[/i], só pra citar. E eles, geralmente, não trocam esse festejo por nenhum outro no mundo. Eu sei disso, pois tenho um amigo que vive em León que, apesar de ser um estado muito capitalizado, ainda mantém suas tradições. Já no Brasil, a coisa é totalmente diferente. É uma invasão de [i]raves[i/] em substituição aos bailados tradicionais, como as festas juninas, entre outras infelicidades. Sobre isso, é afirmada minha opinião: o nosso país realmente precisa de um herói. Mas um herói sem cara, um grande homem que, na verdade, são mulheres também, são festejos, são costumes, são coisas que una todos os brasileiros da forma mais anímica possível. Talvez assim, interligados, possamos levar esse Brasil pra frente e fazer dele algo que realmente, em todos os sentidos, vale a pena. Porque não adianta nada ter um incentivo econômico, político, futebolístico, etc e tal, se não temos nada em comum além do gosto por aquilo que nem nosso é.

Anônimo said...

acho que o governo pouco incentiva o povo a praticar esporter

Saviano Abreu said...

Bom texto, mas nao concordo exatamente com as opiniões. Dizer que Hitler é um ídolo acho que
é no mínimo questionável.. Nenhum ditador, principalmente um genocida, pode ser considerado um ídolo simplesmente porque uma minoria da populaçao, com claros interesses, apoiavam seus atos anti-humanitarios. E quanto ao nosso País, carente de identidade? É só sair um pouquinho para fora e vc vai ver a quantidade de signos que caracterizam nossa cultura e identidade. Não somos somente a junçao de varios povos de diferentes partes do mundos, mas sim uma nação que soube aproveitar essas diferenças na construçao de uma diversidade riquíssima. Talvez precisemos valorizar um pouco mais isso e esquecer os prejuízos que tivemos com nosso passado historico. Acho que seria bom dar uma revisada no conceito de nacionalismo. Talvez esteja confundindo Estado e Naçao.

Bruno Marcelo said...

Poucos, mas muitos, vc não vê q tem alguns paises que nem são mensionados!
té mais

Anônimo said...

Blog legal!!!!!!!!

Anônimo said...

teu texto é bastante verdadeiro, mas tenho meus idolos e nao estao no meio dos famosos ou nesta cultura ainda em fixação. um deles é meu pai e o segundo é Preta! rsrsrs
Tadinho do seu amiguinho, mas Preta pode passar uns dias com vc se quiser, eu deixo

sacodefilo said...

Bom, não sou ufanista, mas também prefiro cantar o "créu, créu, créu..." da torcida do Flamengo a assistir o jogo da seleção.
Acho que há ídolos sim, mas que são pouco valorizados pois o que aparece na mídia é o que convém aos "fazedores" de ídolos.
No futebol temos Pelé, Zico, Ronaldo, Ronaldinho, Kaká.. nossa a lista é grande..
Na literatura, além de Machado, temos Guimarães Rosa, Drummond, Bandeira, Clarice, Rubens Fonseca...
Na música, temos Vinicius, Tom, Baden Powell, Chico...
No cinema, Julio Bressane, Glauber Rocha, Fernando Meirelles, Walter Sales...
Nossa o que não falta são áreas e ídolos. O que falta é olhar para eles como grandes ídolos que são e deixar de lado o complexo de vira-lata... O primeiro esporte do Brasil é o futebol, o segundo, é falar mal do Brasil...

Abs

Na área bandidagem temos sim, Lampião, Marcola, Escadinha, Marcelo PQD, Fernandinho Beira-mar...

Wander Veroni Maia said...

Oi, Kadan!

Bela análise sobre os ídolos e sua importância cultural. Sou avesso a idolatria, apesar de admirar o trabalho de muitos pessoas.

Abraço,

=]

-------------------
http://cafecomnoticias.blogspot.com

Nicolle Longobardi said...

Maravilhoso o teu texto,concordo plenamente,é triste o fato de o Brasil só poder ter rgulho na hora do futebol.Vai lá no meu blog que estou falando sobre a gentileza que o brasileiro precisa ter.Vai lá que creio que vai gostar.Aguard sua visita!BjOs!

Andrea said...

Eu descordo acho que o Brasil tem sim muitos ídolos, na música então são inúmeros que milhões de cópias todos os anos, e na tv então? poxa cada novela tem pelo menos 2 ou 3, e na pólítica? simmm na política tb tem! Falo isso porque moro na Suécia e por aqui é que não tem ídolos mesmo!!!!!

Nat Valarini said...

Boa tarde!

Eita homenzinho de língua afiada, hein?

Gostei da sua análise.

Não vou entrar na questão de ídolos, pois não levo isso apra meu dia-a-dia, mas compreendi sua mensagem. Acho que isso trata mais de orgulho pátrio através de figuras que fizeram história do que de idolatria mesmo.

De qualquer modo, essa falta de amor e valorização de nosso país tornou-se um hábito cultural e é algo difícil e penoso de mudar. É precioso que o povo promova as mudanças apra que o Brasil seja um país digno de orgulho para as pessoas que aqui vivem.

Bjoks!



http://ocaoinfiel.blogspot.com/

TIAGÃO said...

IDOLATRA SOMENTE A DEUS!
ADMIRAR EU ADMIRO SIM ALGUNS CASOS!
FAZ PARTE DO INSTINTO HUMANO!

Tati said...

Nossa, gostei muito do seu post. Concordo quando diz que somos um país que sabotamos nós mesmos (ok, a autosabotagem fica por minha conta, mas eu interpretei assim o seu texto).
Sou paulista que ama São Paulo, que adora o Rio, que torce apaixonadamente pelo futebol do meu tricolor, mas que não tem muitos ídolos por aqui. Os poucos que tenho, sustentam o meu vício literário e musical.

iti said...

uma cultura multipla eu diria...
rsrs


http://500x100.blogspot.com/

Talita Moretto said...

custumo dizer que nós brasileiros temos um pouco de tudo,tudo bem que idolod brasileiros são poucos,idolatramos mais os internacionais,mas os poucos que temos são melhores do que muitos por ae,gostei da sua postagem alias o blog ta bom ;)
bjoO;**

Lenon Mendes said...

Concordo plenamente com você, pois a questão não é a quantidade de ídolos, mas sim as suas atitudes perante a nossa tão arcaica pátria.
Vou citar alguns dos meus Heróis -
Antônio Conselheiro, Olga Prestes, Zumbi dos Palmares, Frei Caneca e Tiradentes.
e Ainda dizem que não temos heróis.
O que nós realmente não temos é amor a nossa pátria.

Chimia Man said...

Interferência da mídia massiva e manipuladora faz com que qualquer cidadão se torne ídolo ou vilão em pouco tempo!

Isso é uma questão muito subjetiva.Claro que seu texto aborda as pessoas que se destacaram nos esportes e afins , mas até isso já está virando uma indústria onde o que fala mais alto é o dinheiro e não o país que está representando!

Infelizmente!

Euzer Lopes said...

Homenzinho de Barba Mal Feita e Texto Bem Escrito. Enquanto eu lia o seu, comecei a pensar nesses "Ídolos". A foto me levou a ele: Ayrton Senna. Quando o ídolo é alguém distante, que engrandece o espírito do brasileiro, ele é quase um deus. No entanto, se essa pessoa, em sua fase "mais um na multidão" era o vizinho da esquina, o sentimento de idolatria, de orgulho, transforma-se numa dor de cotovelo violenta para grande parte das pessoas. Curioso, não?

muvilord said...

sobre ídolos brasileiros, são poucos, mesmo. [2]

Fábio Flora said...

Agora basta ser vice-campeão de Fórmula 1 para se tornar o novo Airton Senna. Coisas de Galvão...

Anônimo said...

"Tanto é que é mais fácil ser declarado feriado nacional, com a morte de Silvio Santos, do que o mesmo acontecer ao Pelé".

Tem certeza?
É, e o Brasil é realmente carente de ídolos. Mas eles existem sim! Pelé* é um deles.

(ele não é meu ídolo e nunca foi)

. said...

Realmente somos carentes de ídolos... ao ponto de muita gente considerar um piloto como Felipe Massa ídolo... quem viu Senna não pode achar Felipe Massa ídolo.

No futebol, temos poucos caras pra considerar ídolos de Fato. Sendo que a maioria é uma cambada de mascarado, que se acham "Pelé" "Rivellino" "Garrincha"...

A coisa tá complicada... e... Bob esponja foi osso... huahuahuahua

David Sampaio said...

Tmb não gosto da palavra "ídolo", qnd se trata de pessoas famosas.

Mas Senna sem dúvida foi uma pessoa especial pro povo brasileiro.

BlogBlogs.Com.Br